domingo, 9 de outubro de 2011


Instalações de amor II.

Me deixa sozinha, ela implorava. Chorando no chuveiro ela acreditava que poderia camuflar as lágrimas que saltavam, desatinadas, por sobre as retinas em pedaços. Não deixo, ele impedia. Está frio, deixa eu te abraçar. Me deixa, ela insistia, não quero mais. Não deixo, ele inflexível. Vou enxugar essa água gelada caída em você, esquentar esse fingimento de dor. E enquanto ele absorvia a água e as lágrimas dela com a toalha e a ponta dedos, ela se desmanchava. Desaguada. Um pouco amada.

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