Pop´Filosofia
"Cavalo de Fogo: a menina cavalga o garanhão. Negro, viril, o animal acompanha a menina em suas aventuras. É o conselheiro, cavalo cavalheiro. Poderia-se aventar a hipótese junguiana que o mesmo representa o ânimus da mulher, a assim chamada..., alma masculina. Sob outro enfoque, temos a amazona: a mulher tomando as rédeas, dominando o animal. Aqui a leitura apontaria para a quebra de um esteriótipo: no lugar da mulher enquanto ser sensível, a mulher que guia a fúria animalesca. Juntos mulher e animal humilham a arrogância dos homens..."
Foi que eu dei de matutar naquela história de escrever. O cavalo de fogo não poderia destruir o estábulo e reaparecer quando a menina, triste, cotovelos molhados e em riste sobre a janela, amortecesse a pele dura e o tempo da espera. Na inversão, o cavalo então seria o que, sob pétalas de fogo e tilintar de esp...adas manchadas no ar, aparecesse para fazer da menina um próprio celeiro. Quando viesse e ficasse por gostar, nos modos de dizer, ele nela numa janela sem tramela, sem cela, pêlo dela pelos pêlos dele. Soltos em disparada, encantoados, num tempo outro. Cavalo vem é para transportar, levar para longe, ela e ele, sem remediamentos. E tudo então seria estábulo quando nada mais fosse, e eles inventariam o de ser. Selariam o não celamento de não precisar ficar. E ficariam, indo e vindo, de mundos e povos a outros, nuns linguajares menineqüinos, rindo de diaboloches, diadorins e casas à espera. Cavalo de fogo não vem de cotovelo molhado, vem é no joelho rasgado! Vem sem ser, sendo, vindo, no ficando, no estando gostando, menina e cavalo. Sóis sós.

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