domingo, 9 de outubro de 2011

Ela parecia suja e eu queria inocentemente livrar-lhe daquelas cores que me desagradavam. Caminhei com ela no colo até o tanque. Delicadamente a naufraguei numa água ardida, com alvejantes e bolhas de sabão em pó. As bolhas refletiam meu desejo de limpá-la, desinfectá-la. Esfreguei. Esfreguei. Seu casco mantinha-se intacto à insistência, mas seu corpo verde desmanchava sob a pressão. Meu primeiro assassinato, aos cinco anos. Morreu a minha tartaruga. Afogada e esfolada. Mas limpa. Inocentemente?

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